quinta-feira, 5 de junho de 2008

CONFRONTO PEDAGÓGICO ENTRE SKINNER E PAULO FREIRE

Este livro estabelece um confronto que remete os pontos básicos da teoria de ensino-aprendizagem Skinnereana e da ideologia freireana. Skinner é tido como o pai do tecnicismo que é uma tendência liberal que sustenta a idéia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com aptidões individuais. Entretanto, os indivíduos precisam aprender a adaptar-se aos valores e às normas vigentes na sociedade de classe, mas esta liberalidade é direcionada para responder aos anseios de uma classe dominante. Já à Paulo Freire não se atribui uma teoria de ensino- aprendizagem. O seu método de alfabetização é uma conseqüência do seu pensamento filosófico, o qual, nas entrelinhas, proporciona vislumbrar uma metodologia de ensino que parte sempre da análise do contexto da educação. A pedagógica de Paulo Freire é libertadora porque propicia a ação segundo a própria determinação, ou seja. o educando detém o poder de agir. O ponto de partida: o método é o universo vocabular e as palavras geradoras extraídas de sua própria experiência. Um outro ponto em que podemos estabelecer distinção entre Skinner e Paulo Freire refere-se à noção de cultura. Para Skinner, a força de uma cultura está nos seus membros, já Paulo Freire utiliza-se do termo invasão cultural. Para Paulo Freire, só existe saber na invenção, na re -invenção, na busca inquieta, impaciente e permanente, que os homens fazem no mundo, como mundo e os outros. Para Skinner, é a investigação científica do ato de aprender que determina o conhecimento. Os instrumentos de ensino da linha Skinnereana são: a instrução programada, a maquina de ensinar, os módulos de ensino e as fichas didáticas. Os instrumentos de ensino da linha freireana partem do mundo e nele se inserem. Paulo Freire considera que o homem é um ser aberto para o mundo, dinâmico e capaz de transcender aos condicionamentos naturais e culturais de suas circunstâncias e por isso mesmo habilitado a interferir criativamente em suas próprias condições de existência. Skinnner prega a modelagem de comportamentos, ser fiel consiste em copiá-lo e aplicá-lo sob medida na sala de aula. Paulo Freire tem horror ao mecanicismo, à postura dos discípulos submissos e obedientes, ser fiel significa antes de mais nada reinventar-se com ele.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Que falta faz o domínio da TECNOLOGIA

Olá, pessoal!! tudo bem???
Estou de visita ao nosso blog e acabei de descobrir o quanto me faz falta o domínio da TECNOLOGIA, não consigo ter ideia de como utilizar esta ferramenta "blog", mas vamos lá.... observem, o pessoal de gestão, o texto sobre RFID, alguém já ouviu falar????
RFID é a sigla para Radio Frequency Identification, ou Identificação por Radiofreqüência. Trata-se de uma tecnologia em ascensão que foi desenvolvida pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT), nos EUA, e que utiliza ondas eletromagnéticas para acessar dados armazenados em um microchip.
O RFID pode ser visto como um transponder muito mais barato e simples e que por isso pode ser usado para identificar praticamente qualquer coisa. Como um CPF ou RG, a parte de identificação do RFID é composta por um conjunto de números. Cada chip tem um código eletrônico de produto que é único (também conhecido como EPCElectronic Product Code) e que pode ser consultado por meio de antenas de radiofreqüência. Ou seja, quando a etiqueta é colada em uma lata de refrigerante, uma televisão, um cachorro ou uma pessoa, a etiqueta, ou tag, transmite a informação para antenas com freqüência compatível e essas antenas ativam o chip, eletronicamente, identificando o produto.
Igual ao código de barras?
Roberto Matsubayashi, gerente de soluções da GS1 Brasil – que discute a padronização da tecnologia em todo o mundo – explica as diferenças entre o RFID e o código de barras. “O código de barras define uma unidade de estoque. Por exemplo, para todas as latas de 300g de massa de tomate há um único código. Já no RFID cada etiqueta tem um EPC, ou um número único – o que facilita o controle de estoque e o rastreamento dos produtos”, detalha. Regiane Relva, professora universitária de Tecnologia da Informação na Faculdade de Informática e Administração Paulista (FIAP), completa: “O RFID pode resgatar qualquer informação vinculada a um produto devidamente etiquetado com o chip”.
RFID no Brasil
Regiane Relva acrescenta que o baixo custo do RFID possibilita a ampliação do número de aplicações da tecnologia. “O custo é relativamente baixo, cerca de R$ 0,10 por chip etiquetado”, diz. No Brasil, o sistema de cobrança de pedágio “Sem Parar” – que permite o trânsito livre de veículos por pedágios e estacionamentos de shoppings – utiliza a tecnologia RFID. O carro, quando passa, é identificado e ao final do mês, o dono daquela identidade eletrônica recebe uma conta do que foi consumido com a tal etiqueta.
No google tem mais coisa, e só visitar... o que me chamou atenção é o fato de que nem nos acostumamos ao código de barras e este esta sendo extinto, nos leva a pensar, nos professores precisamos nos atualizar.... não acham???

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Celso Antunes - Como Desenvolver Competencias em sala de Aula

Pessoal, tudo bem? Com relação ao texto não encontrei disponível para passar para voces, mas estou disponibilizando várias técnicas aplicadas e inclusive com comentários a respeito do livro, ok?

Desenvolvendo competências
Novos métodos de apredizagem ganham espaço no desenvolvimento das competências dos alunos
Publicado em 19/07/2005 - 00:01
Por Lilian Burgardt
Fazer dos desafios combustível e não se comportar como senhores absolutos do conhecimento são as características dos professores universitários do futuro, na opinião da professora Selma Garrido Pimenta, da USP (Universidade de São Paulo) e do educador e escritor Celso Antunes, especialistas que estiveram presentes no 2° Congresso Nacional de Docência no Ensino Superior, realizado em Guarulhos, na região da Grande São Paulo.
Ambos defenderam que é necessária uma mudança na mentalidade dos mestres e doutores que compõem os quadros de docentes das universidades, visando a melhoria da qualidade do ensino. "As experiências bem-sucedidas no Ensino Superior são aquelas que contam com o envolvimento e a iniciativa dos professores, alunos e instituições de forma integrada e, também, em que o educador se mostra aberto à utilização de novas técnicas", disse Selma.
Em muitos casos, porém, o fato de estar acostumado à velha metodologia, que o prende ao método expositivo, é a principal dificuldade que os docentes têm em tornar a aula mais atraente, instigando os alunos a conhecer e desenvolver suas competências. Este comportamento, no entanto, para o escritor e educador Celso Antunes, pode e deve ser mudado a partir do momento em que o docente consegue responder à três perguntas: "o que são competências, porquê desenvolvê-las em sala de aula, e como fazer isso?"
Perguntas que, para ele, foram respondidas após muitos anos de experiência como professor. "Quando falamos em competências, parece um bicho de sete-cabeças, mas na verdade estamos falando de trabalhar prendendo a atenção dos alunos, utilizando sua memória como recurso e construindo mecanismos de aprendizado que os façam superar obstáculos", explicou.
Segundo ele, muitos destes comportamentos são utilizados por mestres diariamente, mas pela falta de troca de experiências, ou de um olhar apurado, não são notadas por alguns colegas. Ainda no início da carreira, o próprio Antunes declarou que, por imaturidade, deixou de reconhecer a excelência do método de aprendizagem utilizado por uma professora de Geografia, na Bahia, quando ainda estagiava nesta disciplina.
O que são competências? O caso da professora Judith
Antunes conta que um dia, ao entrar na sala, a professora de Geografia foi questionada pelos alunos sobre o significado da palavra restinga. Ao invés de responder, ela os instigou a procurar o significado da palavra de duas maneiras distintas: pelo dicionário tradicional e pelo geológico. Em seguida, disse a eles que criassem definições para restinga sem repetir os termos utilizados nos livros, incentivando-os a aprender o significado daquele e de outros termos da Geografia sem utilizar o velho método da `decoreba´, mas, sim, recorrendo a recursos como a memória, capacidade de associação, entre outras competências.
Antunes conta que, na época, considerou esta uma estratégia da professora para fugir de perguntas cujo significado desconhecia. Ao final da aula, foi até a mestre e lhe disse: "professora, fiquei decepcionado pois a senhora não responde às perguntas de seus alunos". Em contrapartida, ouviu a seguinte resposta de uma professora muito segura de si: "respondo sim, Celso. Só não me atrevo a dizer aquelas que eles podem descobrir sozinhos". O educador, no entanto, conta que, mesmo após a brilhante justificativa da professora, passou anos acreditando que ela se negava a responder os questionamentos por pura ignorância, sem imaginar que aquela poderia ser sua técnica de fugir à mesmice e fazê-los aprender de forma inovadora.
Porquê desenvolver competências em sala de aula?
Porém, após muita experiência na área da educação, finalmente Antunes reconheceu a destreza do método de ensino de Judith e passou a apostar na palavra inovação em sala de aula para incentivar o aprendizado, especialmente no Ensino Superior. "Na universidade, onde, infelizmente, é disseminada a idéia de que só o aluno deve ir atrás do conhecimento é muito importante investir em novas técnicas e repassar isso aos demais professores, até porque o cenário da Educação hoje é outro", disse.
Para ele, não basta ser um excelente profissional e especialista no assunto, mas ser um mestre também na arte de ensinar, de repassar o conteúdo para os alunos de forma que eles aprendam e absorvam os ensinamentos - ao invés de apenar "ver a matéria". "É importante que os docente se atenham a isto, pois as universidades já estão buscando mestres e doutores com este perfil", declarou.
Além disso, Antunes revelou que esta já é uma exigência dos alunos dentro das universidades, que passam a comparar as aulas que utilizam novas técnicas e modernos recursos de aprendizagem com aquelas que ainda se prendem ao método expositivo. "Quem não investe nestas mudanças fatalmente sofrerá da famosa `dor de cotovelo docente´, quando ouve do aluno a seguinte frase: "professor, bem que você poderia dar aula como aquele outro que utiliza ambiente e plataforma virtual", brincou.
Como desenvolver competências?
Em primeiro lugar, Antunes declara que desenvolver competências não é uma tarefa fácil. "É preciso que o docente tenha a ousadia de experimentar novos métodos de ensino". Para ele, não existe uma fórmula, incentivar os alunos depende muito do ritmo que a aula possui, das necessidades dos alunos e do professor. "Cada mestre, conhecendo as dificuldades e as limitações de sua classe, pode criar mecanismos que determinem melhores resultados. Seja através de redações, teatros, debates, discussões ou da utilização de ambientes que facilitem o aprendizado, como a internet, por exemplo", disse.
Bons exemplos disso são os resultados alcançados por alguns docentes que decidiram apostar em novos métodos para melhorar o andamento das aulas. Em São Paulo, a professora Maria de Lourdes Oliveira Martins encontrou no Salas Virtuais do Universia Brasil uma excelente ferramenta para organização e difusão do conhecimento.
A ferramenta, que funciona como uma espécie de banco de dados, armazenando diferentes tipos de informação por meio de arquivos, permite que os alunos realizem pesquisas no acervo a qualquer hora do dia ou da noite. Segundo a professora, a ferramenta é muito utilizada dentro de seu projeto educacional, conhecido como PEC - Pitágoras (Portal Educacional Corporativo), cuja proposta é elaborar um trabalho ao longo do semestre, desenvolvido no laboratório de informática onde a consulta na internet é amplamente estimulada. (Clique aqui e leia a matéria completa sobre o projeto).
Outro exemplo bem sucedido é o da coordenadora do curso de Pedagogia do ICG (Instituto Campo Grande de Ensino Superior), no Mato Grosso do Sul, Therezinha Selem. O recurso utilizado pela professora foi o lançamento de um programa chamado Ensino de Qualidade para o Curso de Pedagogia do ICG. O objetivo é oferecer oportunidades aos universitários para a recuperação da leitura, da escrita e também da expressão oral sem buscar culpados pelas deficiências de escolaridade anteriores. (Clique aqui e leia a matéria completa sobre o projeto).
Por fim, Antunes enfatizou a necessidade do professor buscar outras maneiras de se relacionar com os alunos na sala de aula e criar, assim, um sistema de aprendizado significativo. "A partir deste comportamento será possível construir um caminho diferente no Ensino Superior, onde, muito além do domínio da técnica e dos conteúdos, o professor seja excpecional na maneira de transmitir o conhecimento e transformar estudantes, não só em profissionais, mas em cidadãos melhores", encerrou.
Para saber mais:
Celso Antunes é bacharel e licenciado em Geografia pela USP, mestre em Ciências Humanas e especialista em Inteligência e Cognição. Membro consultor da Associação Internacional pelos Direitos da Criança Brincar, reconhecido pela UNESCO, é autor de cerca de 180 livros e consultor de diversas revistas especializadas em Ensino e Aprendizagem, entre eles o livro "Como desenvolver competências em sala de aula", Editora Vozes, 2001.
Selma Garrido Pimenta é professora da USP e autora do livro "Docência no Ensino Superior - vol. 1", Editora Cortez, em parceria com a professora Léa das Graças Camargos Anastasiou. O livro trata sobre o tema docência no Ensino Superior e suas diferentes condições nas universidades públicas e particulares nos centros universitários e faculdades.
· O 2º Congresso Nacional de Docência no Ensino Superior foi uma realização das Faculdades Integradas Torricelli e da Didática Assessoria em Educação, em Guarulhos, na região da Grande São Paulo.










Salas virtuais: ferramenta de sucesso
Professora encontrou no Salas Virtuais do Universia Brasil uma excelente ferramenta para organização e difusão do conhecimento

Publicado em 12/04/2005 - 00:01
Por Lilian Burgardt
Movida pela curiosidade, característica peculiar de pessoas ligadas à arte de ensinar, a consultora em Tecnologias Educacionais e também diretora Administrativa Financeira da SBGC (Sociedade Brasileira de Gestão do conhecimento), Maria de Lourdes Oliveira Martins descobriu o canal Salas Virtuais do portal Universia Brasil, ferramenta que mudou a forma de ensinar e estimular o aprendizado em sala de aula.
Há mais de 10 anos dedicada a estudar de que maneira novas tecnologias podem ajudar nos processos de ensino e aprendizagem, Maria de Lourdes afirma ter encontrado no Salas Virtuais o exemplo de como os recursos tecnológicos podem ser alternativas de sucesso no campo da educação.
"Já presenciei o desenvolvimento de inúmeros projetos, todos eles estimulando o uso do computador, no entanto, tinha uma preocupação constante em manter o material, fonte de pesquisa, documentado e disponível online para ser utilizado posteriormente. Foi aí que encontrei a solução do Salas Virtuais", explica. A ferramenta que funciona como uma espécie de banco de dados, armazenando diferentes tipos de informação por meio de arquivos, permite aos alunos utilizar o acervo para pesquisa a qualquer hora do dia ou da noite.
A professora conta que a ferramenta é muito utilizada dentro de seu projeto educacional desenvolvido no Centro Universitário de Belo Horizonte UNI-BH. A proposta da disciplina é elaborar um projeto ao longo do semestre, desenvolvido no laboratório de informática onde a consulta na internet é amplamente estimulada. "Websites tais como do Sebrae e Endeavour entre muitos outros são selecionados e indicados como fonte de informação muitas vezes substituindo os livros", conta a professora.
Para ela, embora seja complicado afirmar que neste caso a internet substitui livros, é importante destacar que, muitas vezes, os alunos não têm dinheiro para comprá-los. Com isso, acessar e ler projetos disponíveis na internet desenvolvidos por outras pessoas, desde que sejam fontes confiáveis, podem servir de apoio aos alunos para que eles elaborem seus próprios projetos. "Temos muito material de excelente qualidade disponível na web e em alguns sites existem "cases" bem mais atualizados que nos livros. Procuro ensiná-los a identificar fontes seguras e principalmente a serem cuidadosos e saberem discernir o que é uma informação confiável ou não", diz.
Ferramenta conquista alunos
Em um primeiro momento, o portal era utilizado apenas pela professora. Porém, buscando uma maior participação e uma diferenciação na prática pedagógica alunos foram iniciados no portal e passaram a utilizá-lo com freqüência. Embora, no princípio tenha observado alguma resistência por parte dos alunos, sendo que alguns deles até perguntavam quando iam ter aulas normais, Maria de Lourdes conta que a receptividade foi total. "No momento que eles deixaram de ser usuários e criaram seus próprios portais percebi que se sentiam orgulhosos de terem um espaço na internet publicado por eles", ressalta.
Segundo ela, outra fonte de estímulo foi que o trabalho feito com tanto esforço e dedicação não seria apenas visível para a professora, mas visto e quem sabe reutilizado pelas próximas turmas. "É uma proposta não sistematizada de gestão do conhecimento", diz.Além disso, Maria de Lourdes conta que o trabalho em equipe pode ser agilizado, pois os alunos se conectam em qualquer local e podem atualizar o projeto colocando novas informações que estarão disponíveis para todos, sendo que estas informações estarão armazenadas evitando de serem apagadas ou perdidas. "Considero a experiência dos alunos trabalharem em um portal online criado por si mesmos altamente estimulante", declara.
Na disciplina ministrada pela professora, o Portal Salas Virtuais serve como repositório virtual de todos textos utilizados em sala de aula ou indicados para leitura. É o local no qual se encontram online todos os documentos relativos à disciplina, como também as informações dos trabalhos a serem entregues, correção de provas, cronograma do curso, objetivos, ementa, bibliografia e metodologia. A avaliação é feita através do material disponível no portal de cada equipe que é acompanhado passo a passo, além da apresentação oral do projeto em sala de aula.

















Vestindo a camisa de professor
Coordenadora de curso de Pedagogia desenvolveu um método para sanar as dificuldades de seus alunos
Publicado em 15/05/2005 - 00:01
Por Lilian Burgardt
Quando um jovem entra na universidade, um novo mundo se abre a sua frente. As dificuldades são inúmeras, o período de adaptação é longo mas, ainda assim, tudo é motivo de alegria, fruto da nova conquista. Com o passar do tempo, porém, quando problemas para acompanhar o ritmo da turma começam a aparecer, fato que atinge especialmente aqueles que não foram privilegiados com uma Educação Básica de qualidade, levar a faculdade adiante se torna um verdadeiro martírio. Os que não desistem, seguem no curso a duras penas, sabendo que ao ingressar no mercado de trabalho estarão em desvantagem perante os que tiveram melhores oportunidades.
De frente com essa realidade, em agosto de 2003, ao dar início no curso de Pedagogia do ICG (Instituto Campo Grande de Ensino Superior), Mato Grosso do Sul, a professora Therezinha Selem resolveu entrar em cena, "vestir a camisa" de mestre e tornar-se mentora de muitos destes jovens, fazendo-os evoluir em seu processo de aprendizagem.
O recurso utilizado pela professora foi o lançamento de um programa chamado Ensino de qualidade para o curso de Pedagogia do ICG. "O objetivo é oferecer oportunidades aos alunos para a recuperação da leitura, da escrita e também da expressão oral sem buscar culpados pelas deficiências de escolaridade anteriores", explica.
A técnica
Logo no primeiro semestre do curso, os alunos devem preparar uma monografia, ou TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) de forma paulatina, e contruída. Fora do horário das aulas, os professores orientadores se dispõem a realizar um trabalho extra-curricular para auxiliar estes alunos.
Para isso são utilizados diversos exercícios como técnicas de memória, através das quais os jovens relatam sua caminhada escolar até sua chegada ao curso superior, descrevendo experiências pedagógicas positivas e negativas vividas por ele; análise de artigos voltados para a área de educação; elaboração de um artigo pautado em educação sobre o tema escolhido pelo aluno com base nas disciplinas estudadas em sala de aula; delimitação do tema do TCC e reflexões sobre problema e hipóteses; execução do TCC e, por último, a discussão do trabalho que foi realizado.
"Cada exercício possui um objetivo distinto, mas quando integrados, fazem uma grande diferença no processo de aprendizagem do aluno", conta a professora. Segundo ela, todos eles são apresentados de forma escrita, respeitando as normas acadêmicas da ABNT, para que, após a avaliação, fiquem retidos na coordenação do curso e seja possível fazer uma análise comparativa do progresso individual de cada aluno", diz. (Clique aqui e confira quais os objetivos e as habilidades trabalhadas por cada exercício).
A professora conta que, inicialmente, os alunos não apresentaram resistência quanto ao projeto, no entanto, tinham muita dificuldade para construir textos e desenvolver idéias. "Alguns alunos chegaram ao curso de Pedagogia sem as mínimas condições acadêmicas, isto era uma dificuldade. Por outro lado, era o nosso desafio", ressalta.
Estes desafios foram sendo superados a cada dia nos encontros com os jovens. Muitos deles evoluíram tanto que surpreenderam as expectativas da professora. Como é o caso da aluna Andréia, fruto de uma escolarização precária desenvolvida no interior. A jovem se tornou exemplo de como a dedicação e a persistência podem superar as limitações e modificar comportamentos. "Andréia era uma moça de família humilde, com hábitos linguísticos bastante inadequados para o nível de ensino em que se encontrava. Por outro lado, muito inteligente e criativa", lembra.
Segundo Therezinha, quando a aluna aceitou o desafio de ser "realfabetizada" por meio de atividades complementares como estudos de verbos ou reescrita por diversas vezes do mesmo texto até que o mesmo se apresentasse correto, ela compreendeu onde residiam as falhas e o por quê de cada uma delas. "Hoje, no 5º semestre, Andréia é outra pessoa. Confiante, cheia de atitude, escreve e fala muitíssimo melhor. Além disso, tem consciência de suas limitações e da necessidade de estar atenta para continuar aprendendo e corrigindo as falhas de sua escolaridade básica", diz.
Mas não foi apenas Andréia que mudou após a inserção destas atividades em sala de aula. Características como elevação da auto-confiança a cada ultrapassagem de desafios, atitudes progressivas de responsabilidade quanto à natureza do curso de Pedagogia e sua preparação para o exercício profissional e, também, melhorias significativas na comunicação escrita e oral foram mudanças que se extenderão a toda a classe, inclusive à própria professora. "Este projeto fortifica em mim a convicção de que é possível operar mudanças nas pessoas através de uma educação bem conduzida em qualquer um dos graus escolares", afirma.
Para ela, operar mudanças como estas em um país como o Brasil, onde a educação básica, especialmente no ensino público, ainda está muito longe de atingir as expectativas dos educadores e da sociedade em geral é contribuir para o crescimento da nação. "Vivemos em um país que, até agora, não assumiu de fato um projeto de Educação Básica de qualidade. Frente a isto, não adianta, no Ensino Superior, até que a política educacional seja mudada, deixar tudo como está para ver onde vai parar, ou apenas criticar e reclamar a falta de condições dos alunos que ingressam. É preciso arregaçar as mangas, `fazer os 100 metros a mais´, independente de ter apoio ou não da instituição, e buscar a reversão dessa história", encerra.










Aulas mágicas
É possível fazer de sua aula a número 1. Aprenda com os mestres!


Publicado em 30/08/2007 - 00:01
Mesmo já familiarizado com a Internet no seu dia-a-dia, Marco Antônio Mendes, aluno de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina), só despertou para os benefícios que as ferramentas tecnológicas poderiam trazer para sua carreira quando seu professor propôs a utilização do podcast em sala de aula. "Sabia o que era um podcast, mas nunca tinha pensado em utilizá-lo como ferramenta de trabalho. Agora, sei que com ele meu trabalho não ficará apenas na sala de aula, mas poderá ser visto por muita gente", diz.
Mendes, que hoje ajuda o professor Rafael Matos a expor o trabalho dos alunos em um site (www.rafaelmatos.tk) vê essa interação como um benefício principalmente do ponto de vista profissional, já que os trabalhos podem acabar virando portfólio. "A divulgação dos trabalhos é uma das principais vantagens que a Internet proporcionou. Sem contar que as aulas em que os professores fazem uso dessas ferramentas ficam menos maçantes, e, portanto, muito mais proveitosas."
Pergunte a dez professores o que os deixa mais frustrados em sala de aula e pelo menos nove irão garantir: não há sensação pior para o docente do que, no meio da aula, pegar um aluno cochilando enquanto metade da turma decide ignorar sua presença e bater papo sobre o último capítulo da novela das oito.
Hoje em dia, com a sala de aula composta por uma geração de "nativos digitais" e uma maior cobrança das universidades sobre o rendimento do professor, muitos vivem o dilema: como tornar as aulas mais interessantes e dinâmicas sem perder o foco nas informações?
É claro que a tradicional falta de paciência dos universitários atrapalha, dá asas para os devaneios em classe, mas é importante lembrar que eles também podem surgir quando o professor está desestimulado. E, cá entre nós, professor desestimulado é sinônimo de aula chata. Segundo especialistas, embora não haja fórmula mágica para trazer os alunos "de volta para o corpo" em sala de aula, com uma pequena mudança de postura o professor pode transformar sua disciplina em uma aula de sucesso.
Autor de diversos livros sobre ensino e aprendizagem, o especialista em educação e professor aposentado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Celso Antunes, destaca que o bom professor não é aquele que tem um único método revolucionário para ensinar, mas aquele que, além de dominar diferentes técnicas de ensino, sabe adequá-las ao tipo de público e disciplina a qual está ministrando.
"Se você perguntar a uma pessoa qual ferramenta é mais útil, o machado ou o martelo, provavelmente a resposta dela será que depende do serviço que se quer fazer. A ferramenta essencial do professor é a aula, o importante para que ele chame a atenção dos alunos, é utilizar a ferramenta mais adequada", explica. Em síntese, cabe ao professor investigar qual método de ensino serve para transformar a informação em conhecimento. Tarefa que deve ser constante e mutável, de acordo com o perfil da turma, dos alunos e do ambiente ao qual estão inseridos.
O discurso é até repetitivo, afinal, todo docente sabe que, mais do que qualquer outra, a profissão de professor exige muito estudo, atualização e, sobretudo, dedicação para fazer do método de ensino uma ferramenta eficiente. Mas, no universo da docência, não é novidade nenhuma conhecer professores que utilizam a mesma apostila (amarelada até) para dar aula. Além, é claro, daqueles que mudam de assunto quando o tema é atualização. Fugir do tema, porém, é prolongar o problema. A ordem é buscar uma solução.
Professor high-tech
Superar este desafio foi o que motivou o professor de Comunicação Social da Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) Rafael Matos a utilizar a tecnologia para criar aulas envolventes e que agregassem, além de conhecimento, vivência prática aos alunos. Com o auxílio de ferramentas como o podcast, o you tube e o my spaces, tradicionalmente utilizadas para o entretenimento, o professor high-tech passou a incentivar os alunos não só a aprimorar seu aprendizado, como a fazer das ferramentas instrumentos de divulgação de seus trabalhos.
No entanto, quem pensa que só porque o professor estava habituado a utilizar a tecnologia ele teve facilidade com a turma está enganado. Foi preciso "suar a camisa" para fazer o método funcionar. A primeira tentativa de Matos contemplou o uso de blogs, mas a ferramenta utilizada com sucesso por alguns professores, com ele, não funcionou. "Os alunos dificilmente liam o que eu escrevia e pouco comentavam", lembra.
Já o uso do podcast em seminários e em outras atividades não só favoreceu a interação dos alunos como melhorou a qualidade dos trabalhos. "Os podcasts podem servir de alavanca profissional, dependendo do modo como são utilizados. Isso despertou a atenção dos alunos. Além disso, ele propiciou uma interação durante a elaboração do trabalho fundamental para fixar o que foi aprendido em aula", explica.
Em seu caso, o professor considera que a maior dificuldade de propor o uso de um novo método em sala não foi o aprendizado dos alunos, uma vez que os jovens estão habituados à tecnologia, mas em vencer a resistência de aplicar um método diferenciado. "A dificuldade foi provar que, além do entretenimento, a tecnologia podia ajudá-los como uma forma construtiva de aprendizado e de exposição de seus trabalhos."
Ainda assim, a experiência valeu a pena, especialmente quando os estudantes despertaram para o novo mundo que o professor propôs em sala de aula. Confira, no quadro nesta página, a experiência de um dos alunos de Matos que não só passou a usar a tecnologia para seu desenvolvimento como estudante, mas como profissional, criando uma espécie de portfólio virtual.
Além da tecnologia
Engana-se quem pensa que só o uso de tecnologias permite uma revolução do aprendizado em sala de aula. A interação, a troca de informações e as dinâmicas vivenciadas fora do ambiente universitário também estimulam e promovem mudanças no aprendizado. O professor de Artes Visuais da Unesp (Universidade Estadual Paulista), Percival Tirapeli, vivenciou isso ainda na graduação e, hoje, colhe os frutos de ter passado adiante o método de ensino que o fez ter mais admiração e empenho ao exercer a arte de ensinar.
Longe da cultura "livresca", Percival incentiva seus alunos a irem a campo atrás de experiências práticas e pertinentes dentro de seu campo de estudo. Algo que ele considera fundamental para o estudante de Artes. "Incentivo meus alunos a criarem suas próprias críticas baseados no aprendizado que vivenciaram, em vez de apenas ler e reproduzir a crítica dos outros." A idéia, segundo ele, é de que os alunos possam ter acesso à arte que está muito além do que pode ser visto em sala de aula.
Para Tirapeli, não há dúvida de que aulas práticas são muito proveitosas. "Saber se portar diante de uma obra é uma coisa que na disciplina de Artes, por exemplo, conta muito para o aluno. É o tipo de exercício que não dá pra fazer dentro da sala de aula", reforça. Por esta razão é muito comum que, em dia de aula, os alunos de Tirapeli visitem museus, centros culturais, exposições, etc. (Enquanto concedia a entrevista ao Universia, o professor e sua turma visitavam a Pinacoteca de São Paulo).
Para o professor, os resultados deste trabalho têm sido bastante recompensadores, já que muitos alunos acabam utilizando o que aprenderam em suas aulas como teses de mestrado ou até mesmo nas aulas em que atuam como monitores. "O dinamismo motiva meus alunos e sei que a repercussão é positiva", comemora.

















Intimidade com a web
Como a Internet pode tornar as aulas mais dinâmicas e interessantes


Publicado em 27/03/2007 - 00:01
Por Silvia Angerami
Desde a década passada, vivemos mergulhados na era da Internet. Não é mais possível ignorar as ferramentas da tecnologia colocadas à disposição de todos, inclusive dos docentes. Ao contrário, quanto mais intimidade o professor tiver com os recursos da tecnologia e da Internet, mais facilidade terá para desenvolver o conteúdo didático junto aos alunos. Os jovens são grandes usuários da rede mundial de computadores, ainda que seja basicamente para diversão. Cabe aos professores destacar o outro lado: mostrar aos alunos como a Internet pode ser útil para a aprendizagem.
Para Ariovaldo Folino Júnior, diretor do departamento de Educação a Distância da Uninove (Centro Universitário Nove de Julho), o uso da Internet na relação docente-aluno aproxima, exige participação responsável e propiciou a quebra de fronteiras. A um professor que ainda não faz uso desse tipo de ferramenta, o professor Ariovaldo recomenda que a primeira coisa que ele deve fazer é se tornar aluno de um curso baseado na Internet. "Dessa forma, ele vai perceber como pode usar isso", afirma. "Logo que a Internet surgiu, muitos professores começaram a criar a sua home page, a trocar e-mails com os alunos, em ambiente aberto", relembra. Segundo ele, esse cenário foi evoluindo e hoje os alunos conquistaram mais interatividade, ao trocarem mais informações entre eles, em fóruns de debates acadêmicos ou em outras instâncias.
Ele destaca que o que se observa hoje é que, ao contrário do que se costumava dizer na década passada, na Internet tem muita coisa boa. "Ao contrário do que alguns pessimistas quiseram prever, ao invés de diminuir o papel do professor, a Internet exige muito mais dele: ao responder e-mails, participar de fóruns, de salas de bate-papo, o professor acaba congregando não só alunos da sua própria instituição de ensino, como de outras instituições e de outros estados brasileiros. Essa troca de experiências entre alunos de diferentes locais enriquece o aprendizado", analisa.
"Teorias tem várias", afirma, "mas o melhor mesmo é sentir de perto essa mudança de paradigma. Ao participar de uma palestra virtual, sala de bate-papo, o docente vai sentir necessidade de postar uma mensagem. Isso vai tocá-lo a ponto de fazê-lo perceber que essas ferramentas podem enriquecer a aula dele também", discorre. O professor acredita que o ideal é que a atividade docente seja presencial e virtual ao mesmo tempo.
Dessa forma, o professor consegue manter a sua aula ativa não apenas uma vez por semana, mas durante toda a semana, já que as discussões podem acontecer no espaço virtual. O professor Ariovaldo atua há cinco anos com EAD. No princípio, ele relata que a idéia ganhou força na área tecnológica. Mas ao longo do tempo foi comprovando que as demais também estavam aptas a usar essas ferramentas. "Qual é o mercado profissional que não troca e-mails hoje em dia?", questiona. "O jovem já vem alfabetizado desde o mundo dos games. Conversar com alguém do outro lado do mundo na rede mundial de computadores é algo que não assusta mais o aluno", analisa. Na Uninove, de acordo com ele, desde que começou o EAD, os tutores nas salas de aula foram sensibilizados a empregar essas comunicações nas aulas presenciais. "Diversos cursos, tanto na graduação quanto na pós-graduação, adotam EAD na Uninove", explica.

Veio para ficar

A tese de doutorado do professor Fernando Modesto, do departamento de Biblioteconomia e Documentação da ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), partiu do princípio de que a Internet veio para ficar nas universidades e bibliotecas. O professor Modesto analisou o ambiente acadêmico paulista na UNESP, UNICAMP e USP, quanto às mudanças geradas pelo uso da Internet e, conseqüentemente, influindo em novos comportamentos e desempenhos de bibliotecários e docentes/pesquisadores. "Particularmente, acredito que a Internet é uma ferramenta que facilita muito o trabalho do docente, na graduação, na pós e na pesquisa. Tenho meu site da disciplina, deixo ali à disposição dos alunos os programas, as apostilas, as bibliografias e o material de apoio, sempre atualizados ", relata.
"Outro recurso interessante é o blog", aponta. Professor Modesto destaca que a ferramenta pode ser usada como uma forma de integração com os alunos. "Apliquei em uma disciplina. À medida em que eles iam produzindo seus trabalhos, cada um ia marcando suas experiências no blog coletivo, colocando as suas opiniões. E eu podia acompanhar o desenvolvimento de todo o grupo, a participação, a integração, o trabalho cooperativo e a formação de redes sociais", comenta. Os alunos identificaram os interesses comuns, e os trabalhos que tinham algum elo iam naturalmente se integrando.
O recurso de VoIP (voz sobre IP - Internet Protocol -, o mesmo sistema usado em softwares como o Skype, por exemplo), também é apontado pelo professor como útil, principalmente nos casos de orientação de TCC ou de dissertações de pós-graduação. "Quem tem computador, sem gastar muito, pode usar esses programas de comunicação, aliados a uma webcam. Isso facilita o aluno a manter um contato muito mais próximo com o professor, promove uma interatividade interessante. A comunicação a distância ajuda a construir os seus saberes", diz.
A tecnologia, na opinião do professor Modesto, dá condições interessantes para que os docentes possam desenvolver sua prática de ensino e de pesquisa. "É um processo que vem crescendo, mas muitos professores são resistentes à tecnologia por não saberem operar, por não terem tempo para esse aprendizado", analisa. "Na própria pesquisa, detectei que os docentes da área de Exatas e Biológicas são mais abertos ao uso dessas ferramentas, por conta da formação e do foco de interesse. Os de Humanas não encontram tanto conforto nessa prática", aponta.
Mais flexibilidade
Um outro tipo de serviço que tem se popularizado entre docentes é o que possibilita a criação de Salas de Aulas Virtuais. Atualmente, o Universia disponibiliza um serviço desta natureza, o Salas Virtuais (http://www.universia.com.br/salasvirtuais/), desenvolvido pelo TelEduc, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Uma das vantagens da Sala Virtual é sua facilidade de uso. Não é preciso ter conhecimentos de tecnologia para criar uma Sala Virtual. Segundo Guilherme Zillig, analista de programa de formação da Faculdade IBTA e usuário das salas virtuais do Universia desde 2005, o ambiente é seguro e intuitivo. "No início, usávamos a sala para fazer um link com o nosso ambiente de estudo a distância. O aluno se cadastrava e podia acessar materiais complementares indicados pelo professor. Agora, na sala virtual é muito mais fácil subir conteúdo, dá mais flexibilidade para o aluno se inteirar com a turma", elogia. Guilherme é responsável pelo design instrucional, ou seja, ele modela como vai ser uma aula no ambiente EAD.
A Faculdade IBTA aprovou tanto esse modelo, que até mesmo as reuniões de professores passaram para o ambiente virtual. "Basta copiar tudo o que foi discutido no chat e a ata é gerada automaticamente", completa Zillig. O material de apoio fica disponível on-line e os coordenadores de curso e professores podem ser convidados. A reunião tem horário para começar e acabar e costuma ser muito produtiva e objetiva.
A Sala de Aula Virtual, por ser um ambiente, fechado, protegido, também conta com um perfil de professores e alunos, que Guilherme chama de "miniorkut". "Os alunos gostam muito, eles passam a conhecer colegas nas disciplinas comuns em cursos diferentes. Dessa forma, evitamos o maior mal do estudo a distância, que é a solidão", relata. Hoje, todos os 270 professores da graduação da IBTA, além dos cerca de 50 da pós-graduação podem participar das Salas Virtuais e são estimulados a isso. Eles hospedam o conteúdo das aulas em pastas e o aluno pode baixar as apostilas, exercícios e gabaritos diretamente da web. "Na minha opinião, a integração e a facilidade de acesso ao material de apoio são as maiores vantagens desse sistema", diz.
Retrato do discurso coletivo
Outra possibilidade é o uso de softwares específicos, desenvolvidos para uso de pesquisadores e docentes, como o QualiQuantiSoft. Em pesquisas de opinião pública, a fim de se obter um retrato do discurso coletivo, existem várias maneiras de agrupar as respostas dos entrevistados. Mas a hesitação dos pesquisadores diante de uma variedade de respostas e sobre qual ação tomar levou os professores Fernando Lefevre e Ana Maria Cavalcanti Lefevre, da FSP/USP (Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo), a desenvolverem o software. Lançada há quase três anos, a ferramenta sistematiza as opiniões obtidas em pesquisas do DSC (discurso do sujeito coletivo). O software também pode ser usado para obter o grau de satisfação dos alunos com um determinado curso.
"O software, junto com essa metodologia, tem sido usado para fazer avaliação docente, ele é muito útil para isso, ele dá uma percepção muito detalhada dos alunos, um feedback importante", informa o professor Lefevre. Ele acrescenta que o software tem grande aplicabilidade nas áreas de Educação, Treinamento e Capacitação. "Embora tenha sido desenvolvido na área de Saúde Pública, é um método bem amplo", classifica. O software foi desenvolvido pela USP em parceria com uma empresa privada, que comercializa o produto em várias versões, com preços que variam de R$ 300,00 a R$ 2.200,00.
A conclusão é que a tecnologia abre infinitas possibilidades ao ensino. Cabe ao professor escolher uma com a qual ele se adapte melhor. Ainda não se sabe aonde esse processo vai chegar. O que se sabe, porém, é que desde já o ensino e a pesquisa estão muito mais motivantes e interativos.














Multiplicando Competências
Entenda o conceito de metacapacitação

Publicado em 25/09/2006 - 00:01
A Metacapacitação é uma divisão metodológica ainda pouco abordada na Educação Superior. O conceito se refere à possibilidade de oferecer uma formação educacional que não privilegie apenas o conhecimento técnico ou científico, mas que também atue no desenvolvimento de diferentes competências sócio-profissionais - que estão ligadas não só ao domínio operacional da profissão, mas também a um melhor desempenho nas relações sociais do trabalho e a uma visão mais ampla e crítica do mercado em que se vai atuar.
No Brasil, a discussão desse tema teve iní cio na década de 1990, em torno das novas tecnologias e das suas conseqüentes transformações no mercado de trabalho. "Essa reflexão vai impactar na Educação, no sentido de organizar os currículos do Ensino Superior não mais em disciplinas, mas em competências , para acompanhar esse novo perfil de trabalho", afirma a Mestra em Educação e assessora pedagógica do Centro Universitário Senac Rosemary Roggero.
A participação dos educadores e da sociedade nesse processo gerou a cobrança por políticas e ações públicas, que culminaram numa atualização das diretrizes curriculares ainda naquela década. "Mas ainda restou e resta uma dúvida: como vamos trabalhar isso pedagogicamente? Porque a sala de aula é sempre um laboratório. Por mais que se tente aproximar essa situação da realidade, ela nunca vai ser a situação concreta do mercado de trabalho."
A grande influência na resposta dessa questão vem do sociólogo suíço Philippe Perrenoud, pioneiro de idéias sobre profissionalização de professores que levam em consideração a prática pedagógica e a avaliação dos alunos por meio de competências. O trabalho do sociólogo afetou as reformas educacionais por que o Brasil passou no final da década de 1990, com a intenção de desenvolver nos alunos as capacidades necessárias para compreenderem e atuarem criticamente no mundo em que vivem.
Hoje, o docente está inserido num contexto em que crescem tanto a preocupação dos alunos com empregabilidade e inserção no mercado quanto a cobrança da sociedade pela formação de profissionais críticos, capazes de mover transformações sociais. Para responder a essas demandas, os professores precisam entender a necessidade de promover uma capacitação mais generalista, que não privilegie somente o ensino de uma disciplina específica, mas que também proporcione aos alunos uma visão ampla da sua atuação profissional. Veja no quadro ao lado algumas das competências cobradas pelo mercado que podem ser trabalhadas no seu plano pedagógico:





No Ensino Superior, a idéia de "metacapacitação" refere-se à possibilidade de oferecer uma formação que não contemple apenas o conhecimento técnico-científico, mas que também se preocupe em abordar as seguintes competências sócio-profissionais:

· Redimensionamento do Pensamento Lógico-Abstrato: Visão generalizada e holística do processo de trabalho, criatividade e capacidade de resolver problemas
· Comunicação e linguagens do Mundo Contemporâneo: Habilidade de compreender e se situar numa rede de comunicação e informação, conhecimento de outros idiomas, fluência da língua materna e domínio dos códigos relacionados às novas tecnologias
· Trabalho em equipes multidisciplinares, multifuncionais e virtuais: Superação da especialização em prol de um novo tipo de relacionamento interprofissional capacidade de intercâmbio de informações, processos e conhecimentos transdisciplinares formação de equipes para desenvolver projetos específicos (equipes virtuais) e vocação para uma liderança educadora e servidora, que vá além da simples capacidade de mando
· Capacidade de adaptação à mudança: Desenvolvimento do pensamento estratégico para identificar tendências, necessidades e potencialidades, com foco especial à responsabilidade social, resistência ao estresse da mudança profissional constante e capacidade de transitar por áreas afins.
Fonte: "A Idéia da Metacapacitação", Professora Rosemary Roggero, Revista Ensino Superior, edição 95.
Levar esses conceitos para a sala de aula pode não ser uma tarefa fácil. A professora do setor de Educação da UFPR (Universidade Federal do Paraná) Acácia Zeneida Kuenzer também acredita que o docente do Ensino Superior deve adotar o ponto de vista de que apenas oferecer domínio teórico e conhecimento científico e tecnológico aos seus alunos não é suficiente: "é preciso estimular o aluno para que tenha uma atitude de compromisso com a transformação da sociedade, passando pela solidariedade e pelo pensamento crítico das estruturas de trabalho". Mas ela alerta para o fato de que as diretrizes curriculares da formação de professores até então têm sido opostas às demandas do mundo contemporâneo. "O docente tem que reconhecer que ser professor do Ensino Superior exige, além do constante resgate da formação na sua área específica, o estudo também constante da ciência especializada da educação."
Segundo a professora, buscar cursos de atualização, criar estratégias de educação continuada e, principalmente, participar ou cobrar a existência de um espaço formativo de docentes dentro da universidade onde trabalha são maneiras de adaptar as práticas pedagógicas às novas tendências do mercado. "O professor não se educa refletindo sobre a sua própria prática, porque dessa maneira ele não escapa do senso comum. É preciso reforçar a necessidade dessa reflexão ser mediada pelo conhecimento teórico", afirma Kuenzer.
A professora de Educação da UFPR Noela Invernizze, que é parceira de pesquisa da professora Acácia Kuenzer e também trabalha com formação de educadores, percebe na sala de aula as dificuldades de preparar os alunos para as múltiplas - e por vezes inesperadas - cobranças do mercado de trabalho: "muitos dos meus alunos que já estão atuando na área se sentem despreparados para enfrentar situações como violência doméstica, drogas e desemprego, problemas que atingem as comunidades em que trabalham. Além de tudo eles lidam com os salários baixos e com o pouco reconhecimento social do educador".
Com a intenção de garantir que as perspectivas do curso sejam mais adequadas à realidade do mercado, os professores e coordenadores da UFPR estão trabalhando em uma reformulação do seu projeto pedagógico, para incluir no currículo disciplinas que façam uma contextualização social da educação. "É muito difícil você formar um professor porque hoje a cobrança é que ele também seja um psicólogo, um assistente social. Os pais e a sociedade repassam toda essa responsabilidade para a escola", afirma a professora.
O olhar do docente sobre o mercado - Segundo a assessora pedagógica do Senac, o projeto pedagógico é uma ferramenta fundamental e de importância ainda pouco reconhecida na gestão estratégica dos cursos do Ensino Superior: "o projeto é o que relaciona o perfil de profissional que a instituição quer formar, as exigências curriculares do MEC e a realidade do mercado regional". Roggero atenta para o fato de que, quando o professor tem uma visão engessada dessa realidade, o aluno que já está atua na área se sente à margem das demandas do mercado, e não consegue associar as situações que vivencia no trabalho ao conhecimento que produz em sala de aula.
Nesse contexto, a coordenação do curso também é uma peça importante para oferecer uma metacapacitação que seja contextualizada com as exigências reais de cada profissão. "Os coordenadores têm que cuidar para que o mercado não seja uma coisa da qual um professor está consciente e o outro não. Cabe a eles promover uma unidade dessa visão, e isso também tem que constar no projeto pedagógico", diz Rosemary.
No curso de hotelaria do Senac, o professor de Planejamento Estratégico e gerente geral do Grande Hotel Senac São Pedro (hotel-escola do curso) Paulo Melega tenta guiar suas práticas profissionais de maneira a privilegiar não apenas o ensino técnico da sua disciplina, como também uma visão generalizada do negócio em hotelaria e das capacidades necessárias para geri-lo. Em suas aulas, ele costuma utilizar estudos de caso do mercado de trabalho, para estimular seus alunos a resolver problemas reais por meio de soluções inovadoras.
Com a intenção de fixar conceitos teóricos - que muitas vezes já foram "poluídos" pela visão parcial que o aluno tem quando já atua no ramo hoteleiro -, o professor propõe que os estudantes apliquem a teoria aprendida em casos vindos de outras áreas - como utilizar conhecimentos de marketing e estratégia para resolver problemas da indústria, por exemplo. "Os professores deviam ter a visão do curso em que trabalham como um todo. As disciplinas não são gavetas independentes. É preciso haver uma ligação entre elas, a partir do trabalho conjunto de 2 ou 3 professores". Apesar dessa convicção, Melega afirma encontrar dificuldades na articulação do corpo docente em torno de atividades interdisciplinares. "Dá bem mais trabalho pensar sobre todo o curso do que apenas sobre a sua disciplina, e os professores infelizmente não têm essa preparação. Acredito que isso não deveria ser optativo, deveria ser uma diretriz educacional das instituições de ensino".
A coordenadora do curso em que Melega atua, Renata de Andrade Alves, conta que desde 1999 a coordenadoria tem trabalhado progressivamente na implantação de um viés transversal de empreendedorismo no curso de hotelaria, que venha a influenciar todas as disciplinas. Esse pensamento deve funcionar no sentido de promover uma formação menos técnica e mais baseada nos comportamentos e atitudes necessários para obter sucesso no mercado de trabalho. Ela explica que a coordenação promove reuniões semestrais para envolver os professores do curso em projetos interdisciplinares - como por exemplo um estudo da viabilidade financeira de implantação de negócios hoteleiros, que articulou professores de todas as disciplinas do curso. "Nosso objetivo é, com isso, formar um aluno gerador de novos negócios, que construa a sua vida profissional a partir da vivência da universidade", afirma Alves.

domingo, 27 de abril de 2008

Bem Vindo

Bom dia pessoal, estou ativando um blog para começarmos a nos comunicar e tentar ativar um novo meio de discussão/forum, por gentileza queiram estrear este meio, criando já algum texto para discutirmos.
Como início deste processo que tal discutirmos sobre Vygotsky???